Estou tomado pelo agora.
O amanhã não me interessa neste instante
que vivo, o agora!
fui arrebatado pelo hoje.
Por esse intenso intervalo temporal que chegou como chuva,
que não avisa e me lavou a alma
a com a urgência efêmera deste lapso de eternidade,
este minutos.
olhei adiante na estrada, e não havia nada.
Ainda não fora escrita a minha vida
no momento seguinte,
e se ficasse alí eternamente, hipnotizado
pelo vácuo desta hora,
o que seria de mim?
Ah, tempo, por que és cruel e não podes parar
um instante e me deixar pensar se quero ir ou ficar?
Me arrastas neste teu turbilhão e não tenho escolhas.
vês?
Olhei a árvore que ficava na divisa da estrada,
um instante atrás,
tinha ela dez mil folhas, agora já não as tem mais,
já se foram algumas.
Tempo, tú modificas tudo e não deixa o imutável existir.
Ah, tempo!
Por que és tão pontual em teu cumprir?
e não tem pena de ninguém, nem de mim.
E agora, que a urgência se foi,
Ah, tempo! vamos falar de eternidade!
Manoel Augusto
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