Eu sei a dor alheia
Só de olhar nos olhos eu sei.
Eu só não sei o quanto dói
na carne, na pele, na mente, no coração,
está alheio a mim esta dor!
Eu sei a felicidade alheia
só de ver os rostos iluminado a sorrir,
no brilho do olhar, na fala fácil
na fala fácil, no viço da pele, nos gestos das mãos,
Eu só não sei o quanto dela cabe em seu ser
Se será pouca, se é passageira ou é eterna.
Se é verdadeira ou nem será,
está alheio a mim este saber!
O que não está alheio a mim é desejar,
Desejar que a dor alheia só dure o tempo que precisa durar,
ou nem venha, nem fique, se vá!
Que a felicidade dos outros
seja tão grande, tão grande, e assim
eles desejem dar um pouco dela pra mim!
Manoel Augusto
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