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quinta-feira, 14 de novembro de 2013

De todas as coisas

das nuvens, a leveza lenta e constante,
do sol, esse calor que é só seu,
da flor, sua beleza efêmera,
mas bela, bela, bela! 
Das rochas nas encostas, a incansável observação de tudo!
Dos pássaros, o canto livre, não estereofônico!
Da areia, o acariciar a sola dos pés descalços.
Do vento, o vir de longe, longe, muito longe, e ir!
Da chuva, sua generosidade com tudo ao seu alcance!
Dos rios, sua vontade de seguir, seguir, seguir!
Do mar, a imensidão, profundidades e mistérios!
Das estradas, todos os lugares onde podem levar,
Das palavras, a inesgotável fonte a beber!
Das pessoas, quase nada!
Pessoas são complicadas em lidar!
                              Manoel Augusto

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Agora é que vai começar

És um broto ainda,
e já estás pensando que é o fim?
nem começas-te a vida ainda.
vai, abre teus olhos a luz que a vida agora é que vai começar!
Tudo que viveste até agora,
Era só pra vencer a terra que estava sobre ti!
Venceste, puseste tua cara pra fora. Vitória!
Vai! Abre teus olhos à luz que a vida agora é que vai começar!
Você já viveu muitos anos,
Muitos anos passaram por ti!
Tu sabes a extensão de tua vida?
Nem sabes que ainda eras apenas semente,
e nem tinhas chegado a brotar!
Mas agora,
Vai, abre teus olhos a luz Que a vida agora é que vai começar!
Vai! Abre teus olhos a luz!
                                                          Manoel Augusto Cavalcante



segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Vida persistente vida

Ah, vida!
Persistente em tua vontade de continuar,
Quem pode mensurar essa tua vontade,
Tua chama não se extingue tão fácil assim!
Ah, vida!
que insistes em permanecer, ainda que tudo a tua volta
venha te dizer: Agora é o teu fim!
Não, tú não desistirás tão fácil assim! 
 
 

Dentro de tí uma chama que arde e não se pode apagar!
Basta a tí um pouco de ar, úmido, límpido ar,
e um resquício de raio de sol,
Basta-te um rápido vislumbre da luz,
e então eis você, vida!
pode até estar esqucida no fundo
de uma gaveta do armário.
Vida, vida, vida!
 
Manoel Augusto


sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Em cada verso uma dor

Me pergunto e não sei a resposta,
porque escrevo canções,
canções que ninguém dá valor,
porque em cada verso uma dor!

Porque é assim que as escrevo,
como quem tem uma ferida
aberta no coração,
e cada vez que ela sangra
traduzo essa dor
em versos de uma nova canção!

               Manoel Augusto

Eu conto estrelas

Pro tempo passar eu conto estrelas,
eu contabilizo os minutos do ocaso solar,
eu fico esperando um corpo celeste correr
pelo véu escuro da noite,
e quando vejo é madrugada.

Pro tempo passar eu conto formigas no jardim,
mas, me perco corrente,
pois uma vai e outra volta, e já nem sei quem
é qual,
neste universo onde todo mundo é igual!
Ah! se fossemos todos iguais,
eu não precisaria contar estrelas,
medir a extensão do ocaso,
ou invejar a perfeita sincronia das formigas
do jardim,
mas deixa estar,
pro tempo passar eu conto estrelas...
e me parece tão cedo não vou parar!

                Manoel Augusto

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Um instante

 
Parei pra pensar, respirei.
e pronto, um instante que já passou!
Ouvi um sussurro e me virei,
de novo, outro instante se foi, não voltou.
um casulo virou borboleta.
Era botão, mas agora é flor!
uma idéia me veio a cabeça,
tentei segurá-la, escapou!
fiz redes pra capturar o instante,
Mas ele insiste em fugir!
bichinho esperto este tempo,
insisto para que fique,
mas ele insiste em partir!
Uma folha desprendeu-se do galho,
uma história que terminou,
uma semente desprendeu-se da flor
e caiu,
uma história que começou!
Os fins não justificam os meios,
pois os meios jamais serão fim!
A semente que repousa na terra,
Sua morte trará à vida um jardim.
                                O instante veloz, fugitivo,
                                outra vez parei pra pensar.
                                esta história agora termina,
                                e outra já vai começar!

                                           Manoel Augusto

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Manoel de Barros

A maior riqueza do homem
é a sua incompletude,
Nesse ponto sou abastado,
palavras me aceitam como sou.
- eu não aceito.
Não aceito ser apenas
um sujeito que abre portas,
que puxa válvulas,
que olha o relógio,
que compra pão às 6 horas da tarde.
que vai lá fora,
que aponta lápis.
que vê a uva, etc, etc.
Perdoai,
mas eu preciso ser outros.
Eu penso renovar o homem
usando borboletas.
              Manoel de Barros



De vento e de chuva


Hoje escrevi uma canção,
de versos de vento e de chuva,
Palavras, semente que brotam no chão.
O chão é a folha em que escrevo
estes versos,
de rimas, de brotos, de galhos, bordão.
o suor escorrendo do rosto
é a melhor e mais bela expressão!
De onde vem este som,
dos galhos, das flores e dos frutos?
das folhas, que já secas, caídas,
outrora esquecidas,
ou será semitom?
Do solo em que rego profundos
duetos,
e brotam perfeitos,
nas mãos calejadas, de notas,
efeitos que rasgam o chão!

Que belos,
estes versos de vento e de chuva,
esperando a ajuda do sol
pra nascer,
e a gente colher esta nova canção!
                  Manoel Augusto




Nós os sonhadores

Nós os sonhadores
nós, que sonhamos para os que
não sonham,
sonhem nossos sonhos de esperança.
Porque a alma do sonhador é limpa
como a alma de uma criança,
inocente, livre, criativa, independente,
se assim não fora, não poderia sonhar!
Ah! nós os sonhadores,
que sonhamos por aqueles que
se negam a sonhar.
Nossa taça de sentidos,
sempre cheia a transbordar
de tudo que não cabe na alma!
Compomos, escrevemos, criamos,
ensinamos, ajudamos.
e tantas vezes nos calamos
sempre em busca de sonhar.

Nós os sonhadores em nosso mundo paralelo,
Utópico, dinâmico, crítico,
dessincronizado do tempo real!
Nosso dia tem mais horas,
nossas noites duram mais,
viver em um mundo comum,
extremo e racional,
isso nunca, jamais!
               Manoel augusto


 

Mochilando

Sempre em frente na estrada,
um passo de cada vez,
pouca coisa na mochila,
camiseta e violão!

Tênis velho, calça surrada,
um amor no coração!

Na jaqueta de jeans manchada,
em cada mancha uma recordação,
assim como na música,
viver carece inspiração!
                                   
        Manoel Augusto

Um Pássaro

Um Pássaro passou voando por mim,
e levou com ele minha vontade de ir também.
Em suas asas ergueu meus sonhos aos céus,
Bem lá nas alturas, as que não me pertecem!
Um Pássaro passou voando e olhou pra mim,
e com esse olhar arrancou do meu peito
toda a dor,
a dor de não saber voar!
O que me prende ao chão, talvez não
seja a ausência de asas,
mas o peso que carrego na alma,
de não ter a inocência daquele olhar,
de não saber a leveza daquele ser.
Um Pássaro passou voando por mim,
e aquilo me fez acordar,
e mostrou-me toda imposta limitação
natural em ficar,
a de não ir, não fazer, só olhar.
                                                              Mas, me disse antes de perder-se
                                                              no horizonte sem fim: Ao invés,
                                                              sê feliz,
                                                              mesmo sendo como és!
                                                                                     Manoel Augusto

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

É bom ser do bem

É bom ser do bem!
Eu vejo muito isso escrito por aí:
É bom ser do bem!
Mas, sabe quando a maldade do
mundo vai diminuir?
Quando você que é do bem
fizer alguma coisa, qualquer coisa
boa por alguém!
De preferência um estranho na rua!
De preferência alguém que você
olhou e pensou:
Jamais chegaria perto de tal pessoa!
                               Manoel Augusto
 
"O que me preocupa não é o grito
dos maus! É o silêncio dos bons!"
                           Martin Luther King
 
                                 "Tudo que é necessário para o triunfo do mal,
                                    é que os homens de bem nada façam!"
                                                                            Edmund Burke

sábado, 2 de novembro de 2013

Saber esperar

 
Saber esperar!
Queria que você soubesse,
que na vida há uma difícil arte,
a difícil arte de saber esperar.
Mas, saiba que as coisas mais singelas e gratificantes de nossa existência
nem sempre são conquistadas por mais que nos esforcemos.
Pois o segredo é: Não tente capturar a borboleta,
se souber esperar, ela vai pousar na sua mão.
 
                                              Manoel Augusto


Tú que dominas o verso

Tú que dominas o verso,
que em meio a prosas se perdeu a viajar.
Tú que dominas o verso
inteiros-partidos não se importa ficar.
Tú que dominas o verso,
até mesmo o universo é um pequeno lugar.
Tú que dominas o verso,
as palavras ao vento não consegues conter,
Tú que dominas o verso,
sei que as tuas letras de escapam das mãos.
não consegue guardá-las, ainda nascendo,
 imaturos refrãos,
não são minhas, nem tuas,
pertecem a imensidão!
                               
                                             Manoel Augusto
 


Você tem um minuto?

 
você tem um minuto?
vou te falar sem medo de errar.
a vida é um estado de espírito!
você é por fora o que está sentindo por dentro, na alma.
Sua paz não está nas coisas a sua volta,
Sua paz está dentro de você.
No seu espírito.
                                       
                                                                Manoel Augusto

Você tem um minuto?


você tem um minuto?

eu sei, está difícil hoje.
Você acordou e se sentiu pra baixo.
parece que o dia vai ser ruim!
Que nada!
Sorria!
Tudo vai melhorando a cada sorriso!
Experimente!
                                                                   
                                                                  Manoel Augusto


sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Acalme-se

 
Acalme-se,
eu sei que não é fácil, mas acalme-se!
O desespero não vai te ajudar.
Acalme-se,
ficar com raiva só vai te atrapalhar!
Por favor, acalme-se.
Muitas vezes nossa força reside na calma!
 
                                                        Manoel Augusto



 

 

Permita-se

Permita-se
Permita-se errar de vez em quando.
Porque errar é o que é mais humano
em tí.
Permita-se não saber tudo.
Permita-se não ser o melhor em tudo.
Permita-se!
você vai viver bem melhor assim!
Manoel Augusto
 

sexta-feira, 14 de junho de 2013

LAIKA (Lajka) Não voltou do espaço


LAIKA (Lajka) Não voltou do espaço
 
 
          O nome Laika, usado para nomear cães no mundo inteiro, traz por trás dele, uma história trágica, e a revelada indiferença científica que existia em relação a vida animal. E digo, que depois de conhecer a história com h, desta pequena heroina, que seu nome merece mesmo ser homenageado mundialmente. Se eu perguntasse quem já conheceu alguma cadela chamada Laika, tenho certeza que a maioria diria que sim.
          Laika é o nome russo para várias raças de cães similares ao husky, oriundas da Sibéria. A sua raça verdadeira é desconhecida, mas considera-se que ela teria sido um cruzamento entre um husky ou outra raça nórdica com um terrier da raça Laika. 
          Se você não conhece a historia dela, vou contar pra você agora, baseada em fontes sérias e respeitáveis tais como Wikipédia, entre outras.
 
                    A sua histórias começa em 4 de Outubro de 1957, quando o Sputnik I, o primeiro satélite artificial é colocado em órbita, e durante 22 dias o orgulho da União Soviética orbitou a terra. Dez dias após o seu lançamento, O líder soviético Nikita Krutschev ordena que se lance um novo satélite, desta vez com um ser vivo a bordo, a fim de celebrar o quadragéssimo aniversário da revolução, que teria lugar em 7 de novembro. Serguei Korolev, o diretor do programa espacial em Baikonur, a cidade das estrelas, diz ser impossivel. Então, o Sputnik II foi preparado sem desenho preliminar e sem testes de fiabilidade.

          Assim no Dia de 3 Novembro, às 22 horas e 28 minutos, é lançado o novo satélite tendo a bordo a cadela Laika.
          Laika era uma pequena cadela meiga de pêlo branco e negro, que vivia solta nas ruas de Moscou, pesava aproximadamente seis quilos e tinha três anos de idade quando foi capturada para o programa espacial soviético. Originalmente a chamaram Kudryavka (crespinha), depois Zhuchka (bichinho), e logo Limonchik (limãozinho), para finalmente chamá-la de Laika. Os cães capturados eram mantidos num centro de investigação nesta cidade, e três deles foram avaliados e treinados para esta missão: Laika, Albina e Mushka.
         Laika é fixada por correias ao habitáculo e alimenta-se de uma ração à base de água, pão em pó, carne e gordura. Antes de ser selecionada teve de passar diversos testes de vôo que incluem suportar vibrações, forças G através de um exigente simulador de vôo. Um reservatório na base recebia as suas urinas e fezes. Diversos instrumentos medem a sua pressão arterial, ritmo cardíaco, frequência respiratória e atividades motoras.  devido ao barulho ensurdecedor e às vibrações, Laika começa a uivar incessantemente.  Durante a aceleração encontra-se presa ao chão da cabine com um ritmo cardíaco quase 3 vezes superior ao normal, passou de 103 a 240 batimentos por minuto,  E  quando deixa de sentir a atração da terra, o seu ritmo cardíaco se estabiliza.
          Sempre se soube que o Sputnik 2 não estava preparado para regressar à Terra de forma segura, e pelo que já se sabia, Laika não sobreviveria à viagem e não conseguiria voltar viva à terra.
          Várias versões correram, e uma delas diz que após 7 dias, uma dose de veneno seria automáticamente adicionada à sua ração diária. Uma outra ainda,  refere-se que ela morreria por asfixia ou por emissão de um gás mortal. Somente em 1988, após o colapso do regime soviético, que Oleg Gazenko, um dos cientistas responsáveis por mandar Laika ao espaço, expressou remorso por permitir a morte dela: "Quanto mais tempo passa, mais lamento o sucedido. Não deveríamos ter feito isso.... nem sequer aprendemos o suficiente desta missão, para justificar a perda do animal".  A verdade veio a tona somente em 2002.
          Existiam graves problemas de regulação térmica, o satélite aqueceu em excesso devido a má separação do foguete propulsor e a inexistente proteção contra as radiações solares . Após 4 a 5 horas de vôo Laika faleceu pelo calor, sem dúvida sofrendo atrozmente com o calor, com desidratação e convulsões. Contráriamente à versão oficial, o lançamento da primeira cadela no espaço foi um fracasso.

          Em 14 de Abril de 1958, após percorrer 100 milhões de quilómetros, 2570 revoluções de 104 minutos à volta da terra, o Sputnik II consome-se na atmosfera com os restos mortais de Laika.
          A deliberada morte de Laika desencadeou um debate mundial sobre o maltrato aos animais e os avanços científicos à custa de testes com animais. Embora vários animais já houvessem morrido em missões dos Estados Unidos nos nove anos anteriores ao Sputnik 2, Laika foi o primeiro animal enviado ao espaço sem esperanças de ser recuperado.   No Reino Unido, a Liga Nacional de Defesa Canina (NCDL, atualmente Fundação para os Cães) pediu para os donos de cães guardarem um minuto de silêncio em honra a Laika. Vários grupos protetores dos direitos animais protestaram em frente das embaixadas soviéticas.
          Em 11 de abril de 2008, foi inaugurado um monumento em honra à cadela Laika no centro de Moscou. O monumento foi colocado em uma alameda perto do Instituto de Medicina Militar, onde ocorreram há mais de meio século os experimentos científicos com a participação da célebre cadela. A figura de bronze, de dois metros de altura, representa um dos segmentos de um foguete espacial, que se transforma em uma mão humana, sobre a qual está o corpo de Laika.          
          A esta cadela de quem a história hoje já não se lembra mais, deixamos a nossa homenagem.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Bunye ndawo - Unidade em todos os lugares (Zulu)

 
Bunye ndawo - unidade em todos os lugares
Letra Zulu:
Bunye ndawo - Unidade em todos os lugares
Ndawo - Em toda parte
Dan aye - E com ela a Água
...
Iso si zana kama mi - Agora os olhos de minha mãe vêem que choveu
Iso si nika kama mi - Agora olhos da minha mãe ficam como a chuva
Waya Waya Waya ndawo - você passou, você passou, você passou em todos os
lugares.

(Este trecho apresenta backing vocals pelo Coro Gospel do Soweto. Eu não posso dizer se as letras Zulu estão corretas ou não, mas eles estão tão perto quanto se poderia...)
    
     Só poderíamos entender este sentimento, causado por estas palavras se tivéssemos vivido lá. Se tivéssemos passado pelo que eles passaram. As agruras da fome, da sede, da guerra, da discriminação, da segregação e tudo mais que eles viveram e vivem, ainda hoje.
     Ndawo - Em toda parte. Quem sofreu e quem viu o sofrimento a sua volta, sabe que quando chegar a paz, quando chegar a luz, quando chegar a chuva e com ela o alimento, tem que ser pra todos. Não deve haver acepção alguma, se aguentamos tudo de ruim juntos, juntos agora vamos gozar do bem que chegou.
     Dan aye - E com ela a Água. O sofrimento parece cimentar a amizade, a solidariedade. A dor parece despertar o que há de melhor e mais pacífico em cada um de nós. Parece que os que choram juntos, serão muito mais unidos na hora da alegria, do riso, do prazer.
     ...
Iso si zana kama mi - agora os olhos de minha mãe podem ver que choveu.
     ... Iso si nika kama mi - Agora olhos da minha mãe ficam como a chuva.
     Waya Waya Waya ndawo - você passou, você passou, você passou em todos os lugares.
     É incrivel como o povo africano consegue se alegrar, mesmo em meio a tantas coisas difíceis em volta. Percebo que é uma alegria que não está ligada as coisas, mas está ligada ao que eles são. 
     Não alegres e festivos por que tem as coisas, mas por que eles são alguma coisa. São um povo, uma nação, uma etnia. Não importa, eles sabem que são.
     É impressionante, como conseguem. Não sei se conseguiria.
     Nós, brasileiros, parece que herdamos um pouco desta alegria que nasce da experança. Sim, brasileiro  tem um pouco disso: está sempre esperando que as coisas vão melhorar. Uma boa herança da África.

 
 

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Meu coração

 
O meu coração quer navegar em um mar
de infinita calma.
Onde os sons se confundem com o silêncio.
Meu coração quer sonhar sonhos possíveis,
aquele que nem sei se é real.
Meu coração quer ouvir canções,
que falem da paz  e da guerra,
de versos feitos sobre medida pra mim.
Ele quer ler o livro perfeito, onde histórias
jamais tenham fim.
Meu coração quer morar no infinito,
onde os limites já não hajam pra mim,
leste, oeste, norte e sul,
residir nos confins do azul,
quer andar sobre as nuvens também,
quer falar a palavra perfeita
e entender esta vida!
Meu coração quer ter asas,
conquistar os imensos do céu.
quer bater em compasso e tom,
e guardar dentro dele o que é bom!
 
                              Manoel Augusto


Onde começa o equilíbrio


sábado, 30 de março de 2013

Penso! Logo existo?

foto: Claudilene Arrighi - 21.04.2012 - MENDES-RJ
 Pensar! Para logo existir?
 
Para alguém como René Descartes, pensar  é o presuposto, ou seja, circunstância antecedente necessária de outra, para existir. É o que nos diferencia dos demais, é a coroação da existência. Mas, e você, que como eu, leigo, concorda com esta máxima? Basta pensar para se existir? Mas, eu vos digo meus amigos, que quanto mais penso na minha existência, menos pareço existir!
 
Por que será que quanto mais aprendo e apreendo nesta vida, mais percebo a difícil tarefa de existir. Claro, que quando digo existir, não estou querendo dizer somente sobreviver. Porque sobreviver, baratas sobrevivem, ratos sobrevivem nos esgotos, e uma infinidade de criaturas sobrevive.
 
Eu estou falando de fazer sentido em existir. Principalmente para nós mesmos. O racionalismo de Descartes não me serve, não me é paradigma. Prefiro Damásio a ele (António R. Damásio, Neurologista Português - em O Erro de Descartes) de onde a expressão: "cogito, ergo sum" dá lugar a: Penso, sinto, logo existo. Então assim, a vida e existência de cada um de nós, deixa a fria matemática cartesiana, para seguir esta dualidade entre pensar e sentir.
 
Talvez já tenha acontecido com você o que vem acontecendo comigo: Quanto mais penso o que fazer em determinadas tomadas de decisão, mais fico confuso. Quanto mais fatores existem na minha decisão, mais difícil é vislumbrar este produto. E assim, algumas coisas importantes da vida vão sendo adiadas, ou relegadas a segundo plano, coisas tais, que trariam até mais satisfação e prazer, mais cor a difícil tarefa de viver.
 
Talvez seja por isso que as pessoas mais otimistas que conheço sejam as que são menos calculistas, e acertadamente são as que encaram a vida com mais simplicidade. Talvez, por isso o mundo hoje seja mais frio, e mais desapaixonado pela vida. Talvez, por isso a vida tenha tanto pouco valor. Há menos paixão no ar, há menos expontaneidade nas relações, nos envolvimentos. As pessoas estão cada vez menos envolvidas pela vida.
 
Existem alguns especialistas na área do comportamento que chamados a explicar na mídia o comportamento violento da sociedade (alunos em sala de aula, crimes passionais, crimes envolvendo familiares) que tais indivíduos estavam tomados por paixões incontroláveis, e haviam perdido a razão.
 
Acredito eu, justamente o contrário. perdoem-me se lhes causa estranheza. Hoje, vivemos num mundo e sociedade tão recionalizada, de coisas tão matematicamente calculadas, que nós como agentes da vida, estamos perdendo a capacidade de se emocionar, de se compadecer até mesmo de nossos queridos. Hoje, onde tudo tem um valor numerário explícito, ou seja, a tudo pode se dar um preço.
 
Hoje, só há interesse naquilo que brilha, naquilo que é extremamente belo e perfeito. Até a beleza de um rosto, se procura explicar matematicamente, geométricamente, assimetricamente. Esquecem-se que todos os rostos são assimétricos, ou seja, um lado nunca é igual ao outro. Mas é nisso que reside a beleza, em não ser matematicamente perfeito. Nós sentimos a beleza, e não a calculamos, ao observarmos um rosto não conseguimos perceber a assimetria deste, mas conseguimos ficar apaixonados por alguém pela primeira vez.
 
Que bom que Descartes, em algumas observações não estava com a razão. e viva os sentimentos. não é um viva ao sentimentos, é sim, mas também um conselho para toda a vida: VIVA SEUS SENTIMENTOS.