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sexta-feira, 14 de junho de 2013

LAIKA (Lajka) Não voltou do espaço


LAIKA (Lajka) Não voltou do espaço
 
 
          O nome Laika, usado para nomear cães no mundo inteiro, traz por trás dele, uma história trágica, e a revelada indiferença científica que existia em relação a vida animal. E digo, que depois de conhecer a história com h, desta pequena heroina, que seu nome merece mesmo ser homenageado mundialmente. Se eu perguntasse quem já conheceu alguma cadela chamada Laika, tenho certeza que a maioria diria que sim.
          Laika é o nome russo para várias raças de cães similares ao husky, oriundas da Sibéria. A sua raça verdadeira é desconhecida, mas considera-se que ela teria sido um cruzamento entre um husky ou outra raça nórdica com um terrier da raça Laika. 
          Se você não conhece a historia dela, vou contar pra você agora, baseada em fontes sérias e respeitáveis tais como Wikipédia, entre outras.
 
                    A sua histórias começa em 4 de Outubro de 1957, quando o Sputnik I, o primeiro satélite artificial é colocado em órbita, e durante 22 dias o orgulho da União Soviética orbitou a terra. Dez dias após o seu lançamento, O líder soviético Nikita Krutschev ordena que se lance um novo satélite, desta vez com um ser vivo a bordo, a fim de celebrar o quadragéssimo aniversário da revolução, que teria lugar em 7 de novembro. Serguei Korolev, o diretor do programa espacial em Baikonur, a cidade das estrelas, diz ser impossivel. Então, o Sputnik II foi preparado sem desenho preliminar e sem testes de fiabilidade.

          Assim no Dia de 3 Novembro, às 22 horas e 28 minutos, é lançado o novo satélite tendo a bordo a cadela Laika.
          Laika era uma pequena cadela meiga de pêlo branco e negro, que vivia solta nas ruas de Moscou, pesava aproximadamente seis quilos e tinha três anos de idade quando foi capturada para o programa espacial soviético. Originalmente a chamaram Kudryavka (crespinha), depois Zhuchka (bichinho), e logo Limonchik (limãozinho), para finalmente chamá-la de Laika. Os cães capturados eram mantidos num centro de investigação nesta cidade, e três deles foram avaliados e treinados para esta missão: Laika, Albina e Mushka.
         Laika é fixada por correias ao habitáculo e alimenta-se de uma ração à base de água, pão em pó, carne e gordura. Antes de ser selecionada teve de passar diversos testes de vôo que incluem suportar vibrações, forças G através de um exigente simulador de vôo. Um reservatório na base recebia as suas urinas e fezes. Diversos instrumentos medem a sua pressão arterial, ritmo cardíaco, frequência respiratória e atividades motoras.  devido ao barulho ensurdecedor e às vibrações, Laika começa a uivar incessantemente.  Durante a aceleração encontra-se presa ao chão da cabine com um ritmo cardíaco quase 3 vezes superior ao normal, passou de 103 a 240 batimentos por minuto,  E  quando deixa de sentir a atração da terra, o seu ritmo cardíaco se estabiliza.
          Sempre se soube que o Sputnik 2 não estava preparado para regressar à Terra de forma segura, e pelo que já se sabia, Laika não sobreviveria à viagem e não conseguiria voltar viva à terra.
          Várias versões correram, e uma delas diz que após 7 dias, uma dose de veneno seria automáticamente adicionada à sua ração diária. Uma outra ainda,  refere-se que ela morreria por asfixia ou por emissão de um gás mortal. Somente em 1988, após o colapso do regime soviético, que Oleg Gazenko, um dos cientistas responsáveis por mandar Laika ao espaço, expressou remorso por permitir a morte dela: "Quanto mais tempo passa, mais lamento o sucedido. Não deveríamos ter feito isso.... nem sequer aprendemos o suficiente desta missão, para justificar a perda do animal".  A verdade veio a tona somente em 2002.
          Existiam graves problemas de regulação térmica, o satélite aqueceu em excesso devido a má separação do foguete propulsor e a inexistente proteção contra as radiações solares . Após 4 a 5 horas de vôo Laika faleceu pelo calor, sem dúvida sofrendo atrozmente com o calor, com desidratação e convulsões. Contráriamente à versão oficial, o lançamento da primeira cadela no espaço foi um fracasso.

          Em 14 de Abril de 1958, após percorrer 100 milhões de quilómetros, 2570 revoluções de 104 minutos à volta da terra, o Sputnik II consome-se na atmosfera com os restos mortais de Laika.
          A deliberada morte de Laika desencadeou um debate mundial sobre o maltrato aos animais e os avanços científicos à custa de testes com animais. Embora vários animais já houvessem morrido em missões dos Estados Unidos nos nove anos anteriores ao Sputnik 2, Laika foi o primeiro animal enviado ao espaço sem esperanças de ser recuperado.   No Reino Unido, a Liga Nacional de Defesa Canina (NCDL, atualmente Fundação para os Cães) pediu para os donos de cães guardarem um minuto de silêncio em honra a Laika. Vários grupos protetores dos direitos animais protestaram em frente das embaixadas soviéticas.
          Em 11 de abril de 2008, foi inaugurado um monumento em honra à cadela Laika no centro de Moscou. O monumento foi colocado em uma alameda perto do Instituto de Medicina Militar, onde ocorreram há mais de meio século os experimentos científicos com a participação da célebre cadela. A figura de bronze, de dois metros de altura, representa um dos segmentos de um foguete espacial, que se transforma em uma mão humana, sobre a qual está o corpo de Laika.          
          A esta cadela de quem a história hoje já não se lembra mais, deixamos a nossa homenagem.